Eu gosto de ler abrindo caminhos ensolarados,
de ouvir música com timidez e desajeito,
de assistir um filme com o pudor de quem se descobre caído - como Adão e Eva, no Paraíso.
Gosto de capturar o olhar de uma criança,
quando ela sintoniza o invisível
e depois o compartilha em segredos gestuais:
Eu acho que ele gosta de você...
Gosto de ver homens construindo grandes avenidas, em São Paulo, sem titubear - como se fossem antigos pescadores reencarnados no asfalto seco.
E gosto de antecipar a imagem do perfil do meu namorado,
na minha mente-coração, antes que o sol entre pelas frestas da janela e o acorde.
Todas essas, figuras da rosácea
que eu decalquei nos vitrais dos meus sentidos,
tremeluzem a pureza da minha emoção descomprometida:
inauguro, na surdida da prosa da vida,
a ausência de regras e críticas de quem não enxerga a beleza.
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