sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Ano Novo

O que pensar a respeito do que virá, ou que gostaria que viesse em 2009. Sei que a melhor dica é viver o presente, para isso medito e busco ficar atenta aos caminhos auspiciosos do já, mas quando me pego olhando o teto do quarto à noite, é no futuro com suas incógnitas que mais dedico a talhar meus desejos para que se tornem concretos. E é aí, no meio do caminho, que me deparo com a conclusão frustrante de que querer não é ser. E vejo o quanto de energia estou gastando com devaneios e confusões até que pego no sono.
Não tenho controle de nada, nem de mim mesma, nem do outro, nem da realidade...
O futuro, atualmente, para mim me parece ser mais uma resposta de como você lidou com o presente do que lista de planejamento para ações: seja na relação com os amigos, com os namorados, com o trabalho, com a natureza... Um lance de ação e reação. Adianta fazer planos?
O imprevisto é o convite que desestrutura e nos põe em xeque: e aí, até quando conseguirá ficar em cima da corda bamba? E fico, porque temos de ser generosos com a vida simplesmente porque fica mais bonito o mundo. É uma opção estética a ética.
Fazer planos para 2009 me parece interessantísssimo, até porque adoro essas lista: emagrecer, estudar inglês, beijar mais, estar com a família... Mas não me parece assim que o mundo funciona, é outra dinâmica a qual não nos pertence e só percebemos isso quando acumulamos ilusões. Mas vamos lá!
Ler em Busca do tempo perdido do Proust, me faz pensar nisso: menos futuro, mais presente...
E você, como tem gasto o seu tempo?

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

FRESTA

Ser fiel acima de tudo àquilo que desconheço,
que me faz estremecer ao encontrar ,
na hesitação das possibilidades,
os mínimos sins.
Somar e somar.

A honestidade para com a nossa condição
poderá nos salvar:
Ah, se fôssemos inteligentes suficientes para
percebermos que essa brincadeira
é um modo de passar o tempo!,
Não existe nada além do presente,
Mas procuro uma porta de fuga,
sonhando retornar.

Mas retornar é reconhecer
Que nunca tivemos o que procuramos.
Não há nada além disso – que verdade libertadora!
Não me estranhe quando digo:
Por que ficaria brava, fiz a minha parte!
Vislumbrei nas frestas e sei que você também!
Mas há medo porque pensamos burramente
Que algum dia seremos mais felizes
do que quando reconhecemos nossas feridas – que verdade libertadora!

Alegria é algo construído às duras penas
Constato diariamente que preciso Ser.
estou indo... fui... cheguei... voltei renascida...