segunda-feira, 22 de março de 2010

Reconhecimento do amor, Drummond

"Como nos enganamos fugindo ao amor!
Como o desconhecemos, talvez com receio de enfrentar
sua espada coruscante, seu formidável
poder de penetrar o sangue e nele imprimir uma
orquídea de fogo e lágrimas.
Entretanto, ele chegou de manso e me envolveu em
doçura e celestes amavios.
Não queimava, não siderava; sorria".

quarta-feira, 17 de março de 2010

"Quando nos deixamos guiar pela felicidade, nos posicionamos num tipo de caminho que sempre esteve ali, à nossa espera, e vivemos exatamente a vida que deveríamos estar vivendo."

quinta-feira, 4 de março de 2010

A MULHER FODONA

Hoje, recebi de um amigo um link de um blog, que havia um post que falava sobre as mulheres fodonas. Ele, provocativo de forma terna, me perguntou: Seria você uma dessas? Achei engraçado, pois nunca me vi assim. Corri para ler o blog e a ideia básica era de que esse tipo de mulher não precisava de homem para se virar, no mundo. Seria isso mesmo? Pois para a autora do blog A mulher fodona se vira bem, em todos os aspectos: desde trocar a lâmpada de casa a fazer sexo de qualquer jeito, fora a sua independência financeira, intelectual e que portanto, essas coisas deixariam os homens um pouco amedrontados.
Olha, eu vejo isso com os seus prós e seus contras. Creio que a nossa sociedade atual foi abrindo espaços para as mulheres ocuparem, no primeiro momento, com a Revolução Industrial, posteriormente, com os Movimentos Feministas, que revolucionou certos comportamentos de modo que não há como agirmos mais como nossas mães e avós. Dessa maneira, tanto nós, quanto os homens ficamos perdidos quanto essa nova identidade feminina que veio se constituindo, ao longo do tempo. Pois é. Acho realmente triste, quando percebo que mulheres e homens não estão mais se entendendo - sem fazer mea culpa.
De qualquer maneira, o que percebo é que as relações, atualmente, podem ser mais sinceras, colocando em foco o que é realmente importante e não secundarizar aquilo que antes vinha em primeiro plano, a fim de manter um esteriótipo de relação homem-mulher. Quantas mulheres, no passado, ao se divorciarem se sentiram fracassadas? Humilhadas? Isso porque o marido não as tratava dignamente. Penso em minha avó, tadinha, que aguentava os sumiços de meu avô e não tinha coragem de deixá-lo. Enfim...
Acho que é por aí, e dessa maneira concordo que A mulher fodona quer mesmo um cara amoroso, que a respeite e a proteja, o cara que ainda brinca de se relacionar, que não passa da fase instintiva de uma relação, ignorando o ser humano que está à sua frente, com suas peculiaridades (pois temos nossas peculiaridades de mulher) logo deixará de ser interesse.
Agora, respondendo ao meu amigo, não sei se sou uma mulher fodona, mas concordo com o que Antoine Saint-Exupéry disse: "O que é essencial é invisível aos olhos." Ou seja, afeto, carinho, respeito e cumplicidade é o que pesa numa relação.

segunda-feira, 1 de março de 2010

PAUSA

Dei uma pausa, nas leituras, agora, é Mainguenau, depois ter lido Baktin e Umberto Eco, cada um falando de um paradigma diferente as questões da linguagem humana. Fora o Pierce. E a Ariane? Cansada, mas satisfeita, um pouquinho mais confiante, no meu caminho e nesse percurso, percebo que me meto no mundo das letras, para me salvar, me organizar, me nomear...
Sei que isso é coisa do ego que quer controle, pois para self tudo já está resolvido, a nossa alma se equilibra sozinha (mesmo nos nossos desiquilíbrios), aliás os nossos sonhos contam um pouco sobre isso, mas temos que estar atentos, pois somos tão ignorantes, que muitas vezes não ouvimos o que dentro de nós clama e nos aviltamos com escolhas que mais nos tiram a vida, do que nos oferecem exuberância...
A alma sabe entrar no rio. Assim, agorinha, dei um tempo com as leituras da aula e resolvi escrever para espairecer um pouco, no meu jardim verdinho.

ARIANE por Beto Silva

Hoje acordei meio Ariane,
Meio brasileira, oriental de fato,
Acordei meio Ariane, com jeito de gato, vontade de escrever.
Vontade mais ainda só de pensar.
Acordei assim, com vontade de pensar em mim.
Na minha vida, nas minhas coisas... no que posso ser.
Acordei ao lado de Nietzsche, Espinosa, Dostoiévski,, todos em livros, lidos em seus discursos.
E Charlotte pelos pelos em minha cama.
Acordei pensando em sonhos, nas fragilidades humanas, em meus desejos alheios.
Em minhas vontades desnudas, minhas vontades humanas.
Acordei sem nada pra pôr na cara, mas muito pra se encher na mente.
Acordei pensando em mim.
Com vontade ir à livraria, comprar mais companhias para meu fim de semana.
Acordei meio Ariane, com vontade de tomar biritinhas, ver meus amigos, estar com outros e deixar um pouco eu mesmo.
Acordei meio Ariane com vontade de pensar na vontade de estar a dois e relembrar minhas dúvidas significantes.
Acordei com vontade de ficar assim,
Assim meio Ariane.
O dia inteiro ...

V- Hilda Hilst

Quando Beatriz e Caiana te perguntarem, Dionísio
Se me amas, podes dizer que não. Pouco me importa
Ser nada à tua volta, sombra, coisa engraçada
No entendimento e tua mãe e irmã. A mim me importa,
Dionísio, o que dizes deitado, ao meu ouvido.
E o que tu dizes nem pode ser cantado
Porque é palavra de luta e despudor.
E no meu verso faria injúria.

E no meu quarto se faz verbo de amor.