terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Pensamentos...

Eu já disse antes isso, aqui, mas vou repetir: eu amo o pensamento. Eu amo pensar. Refletir. Devanear sem rumo. Aprofundar o pensamento até ele repousar, no que penso ser a última possibilidade de desdobramento do que pensei. Daí o meu amor também à palavra, à escrita. Dar forma aquilo que perscrutei com a minha mente e para isso tudo é motivo: a minha gata à beira da janela, os livros que leio, o sorriso do meu sobrinho, a sinceridade do meu namorado, a raiva de quem perde quem ama, o mistério, o inssondável que nos faz aceitar, humildemente, que nunca chegaremos a conclusão nenhuma... E em meio a tudo isso, também amo o pensamento do pensamento, aquele desdobramento que orienta, que guia e apruma para nos centrar, como um corvo negro que conhece misteriosamente o destino do nosso herói e vai e volta em uma velocidade bárbara para o passado e para o futuro daquele. Enfim, amo mesmo abrir os olhos ao acordar e pensar devagarinho, conhecendo a minha consciência de forma que isso não iniba as minhas ações. Pelo contrário, decidi não ser uma mulher atmosférica, pois preciso de um corpo para que meu espírito seja afetado - como já diria Espinosa. Acho que por isso amo os pássaros e recorro a essa imagem, tanto em sonhos quanto em imagens produzidas conscientemente, para representar o meu amor ao pensamento, às ideias.

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