terça-feira, 3 de abril de 2012

Para começo de conversa...

Recomeçar. Posso ser diferente no limiar do que se é, para tanto, o que modifico é a lente como me perscruto.

As rosas, sobre a mesa, marcam o dia em que a esperança bateu à minha porta: uma festa íntima iniciou e, gradativamente, dentro de mim,  agitam-se gatos entre cigarros e gim - ou seria um frasco de perfume? - em uma única poltrona.

(Onde está o reflexo do que ainda se engendra, silenciosamente, a partir das falsas expectativas que criei por vício e carência? Um grão translúcido, semelhante a lágrima de um bebê de ouro, estilhaça sobre o chão.Ouço um estampido, me sinto livre)

Não responsabilizo mais o mundo, o que esvaiu - todos aqueles pensamentos e sentimentos direcionados a uma única pessoa - metamorfozeou-se em uma imagem edificante que nasceu do vórtice do meu comando: amor próprio. Descobri sem querer, nesta tarde, enquanto cochilava acordada, os  filamentos dos meus desejos que me ligam ao mundo e, como uma anciã, puxei-os e fiz uma belo vestido de minha própria pele.

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