domingo, 3 de janeiro de 2010

NOTURNA

No deserto, somos convidados à selvageria. Alguém disse amor? Fim da linha e desterro para os desavisados. O esqueleto começa a levantar-se pedindo carne. Sobreviveremos e seremos felizes. "Suporte o que vê. Banque o que sente." - ela diz ao meu ouvido, já trançando os meus cabelos. Talvez, faremos uma fogueira para nos aquecer. O céu estrelado são os mil olhos de minha mãe falecida que me protege. Fique tranquilo, a noite sempre me pertenceu: danço por toda uma geração de mulheres e agora, peço, gentilmente, que sente ao meu lado. Comecemos a nossa história, deixe os animais a nos ensinar o que esquecemos. Carne? Exílio é amar e ser correspondido, foi o que disse quando me viu refletida, no regato. No deserto, ganho, venço, terra natal, onde volto para reaprender a ser minha e do mundo e agora, sua, meu amor.

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