sábado, 9 de outubro de 2010

INVISÍVEL

Tenho 38 minutos para escrever algo que me deixe satisfeita - e isso é muito difícil. A minha meta é diluir um pouco de agressividade, ternura, languidez , sensualidade e loucura, na minha escrita. E ela tem que ser mais bonita do que eu e tem que refletir de maneira organizada aquilo que dentro de mim assemelha-se a uma caverna escura e que ao tomarmos coragem, para sairmos dela, nos deparamos com um campo orvalhado, cercado de neblina por toda parte.
Pois é. Eu quero uma escrita tortuosa mas diligente, pois preciso rasgar o verbo para eu emergir desnuda, sem purdor, no meio das entrelinhas, pois nasci ambiguamente, exibicionista e introvertida. Afinal, se domo duas ou três palavras de maneira precisa, já consigo suportar as minhas ideias extravagantes que nos momentos de sonolência moral, evaporam-se, deixando-me à margem de mim mesma - ou pelo menos, daquela parte que eu mais amo, secretamente. Enfim, preciso criar textos necessários a um mundo menos acanhado e mais autêntico; que toquem aquelas pessoas que cansaram de subterfúgios da persona; e que principalmente, sejam dóceis e ariscos como um cervo, para que, em sobressaltos, eu surja neles mais plena.

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