domingo, 31 de outubro de 2010

O assassino era o escriba Paulo Leminsky

Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente. Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida, regular como um paradigma de primeira conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial, ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito de nos torturar com um aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os E.E.U.U.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas, corretivos e agentes da passiva, o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.

OBS: um dos motivos pelos quais eu quase deixei o Curso de Letras, transfiro essa situação inclusive, para as aulas de literatura, que impregnadas de teoria esqueciam a Vida, e pulverizavam qualquer tentativa de um posicionamento crítico, reflexivo e de fruição estética... A subjetividade do aluno, com seus questionamentos, não podia fazer parte da aula, ou seja, formavam sujeitos alienados de si mesmo!

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