sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

My pillow is the grass

Eu planto neste jardim todos os dias, ou ao menos tento. Retiro as ervas daninhas para que as flores possam vicejar. Gosto mesmo é da relva verdinha e assim, encostar o meu cabelo nela. Tem dias que fujo para cá - lugar onde revisito o meu passado, danço com o presente e atiro flechas no futuro. Meu coração é a clareira do jardim e à noite é desse lugar que se pode ver as estrelas mais brilhantes. Fico à espreita do mundo, ouço o coachar dos sapos, que se mistura com as minhas memórias de infância. Não, não sou mais aquela menina. Pestanejo, e com os olhos entreabertos drago o horizonte que preciso fundir-me. O cheiro das alfazemas me deixa chapada e sinto saudades do que estou prestes a viver, enquanto que nos sulcos da terra vermelha, enterro o meu medo de morrer. Aqui, repouso, medito silenciosa até me tornar um oráculo para mim mesma e é quando começo a perder o ritmo da respiração profunda é que percebo que fiquei dias/noites longe de vocês. Este é o meu jardim.

Um comentário:

guZZ disse...

"sinto saudades do que estou prestes a viver"

Lindo!