segunda-feira, 28 de maio de 2012

Não sobrevivo...

Um passo. Vacilo. Equilibro. Descobri de repente alguns diamantes - eu mesma os produzi? Talvez. Pressionei o carbono para a minha consciência cintilar: não é lá fora o que procuro, é aqui, está aqui. No mar que corre dentro de mim (por enquanto tranquilo) descobri um timão boiando, é a minha manobra perfeita, sedenta de edificações - não é cópia, é originalidade assombrosa.

Dirijo-me.

Distante, esgueirando-se na escuridão, um farol projeta luzes, deixando minhas mãos em evidência. O que carrego com tanta cautela e amor? Já não sou uma, mas duas mulheres gêmeas que se encaram, a fim de dividirem um cardápio diário a ser consumido: um tipo de fidelidade rara, lapidada.

Nesta noite, os pensamentos plasmam-se na parede do meu quarto: um quadro impressionista, meu caro. Seria  eu uma nenúfar branca, intocada, audaz, boiando em duas lembranças do devir?

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