quinta-feira, 8 de abril de 2010

O certo Cavalheiro Branco

O prazer. Há de suspender, primeiro, o regalo. O excesso é grosseiro, turva a capacidade de fisgarmos, no coração, o céu azul das delícias - daí, a quase-disciplina do gozo.
Não sei por onde andas. Odeio platonismo, sou propensa à ferocidade dos encantos. Lembras?
Era inverno. Água & chá. Azulejo sua? Gotículas, nas minhas têmporas; saúde, nos teus lábios. Deixei o telefone tocar, fumegávamos, na suspensão do hiato, do retornar a zero, e por isso lhe digo: o mistério está nos limites do corpo. Por onde andas?
A conta gotas me dou aquilo que me emprestara por alguns meses. Com coragem, rasgo o voil da fantasia, evitando me entorpecer da gente e ao receber notícias tuas, sussuro o meu descaro: "Sacrilégio seria anuviar o desembaraço do teu sorriso, enquanto despedia-se à porta...".
Corra, venha ver o que abriguei, nesta caixa: frames do nosso tempo. Congelei um pouco daquilo. Coerência na gente? A busca está no vazios. Lembrança 1: a camisa branca, teu índice fatal. Lembrança 2: meu colar de pérolas caído, no chão, meu índice fatal. Lembrança 3: ...
Por onde andas, tu? Preciso lhe contar a minha tática: tornei-me um recato de moça para lhe superar e reencontrar-te, no próximo anel do espiral do nosso tempo. E assim, digo: não suma para sempre, volte a me fisgar, no fundo do teu coração, onde sorvo, suavemente, nossos prazeres.

Um comentário:

Paula Figueiredo disse...

Nossa que intenso Ari! Lindo! Saudades de você! Estou te seguindo! Seu blog é muito legal!
Aqui em BH tá tudo jóia... Vida mais perto da natureza... Returning home... (Quando é hora, é hora).
Beijos, saudades, muito amor e paz!
Paula