quinta-feira, 1 de abril de 2010

RECICLANDO-SE

Redefinir limites de si próprio é uma entrega crucial, convidada a cada ciclo, sutilmente. É quando nos sentimos áridos e algo clama, sussurra: "Você poderia sorrir... O que foi roubado? Aviltado? Reconstrua-se!" E um novo "eu" quer vir à tona, mas ainda lutamos contra esse desnudamento, preferimos deixar para outro dia o remédio necessário. Mas é preciso voltar ao lar. "Para onde vou, quando todas as ilusões foram pulverizadas, subterfúgios descontroídos?" Agir como antes não é mais possível, pas-sa-do. E daqui para frente? E a minha melhor parte pede apenas silêncio até que volto a caminhar, em direção daquilo que me cura. Não preciso ter. Nem ser. Já sou. E sempre serei. E, em flashes, me vejo sentada, em uma clareira, ao redor das minhas próprias pegadas. O mundo já não é mais o mesmo. E reaprendo costurar as minhas próprias feridas, cantando bem baixinho, celebrando com delicadeza a alegria de exisitir, pois sei que sempre é mais possível. E aos poucos, volto a sorrir.

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