quinta-feira, 8 de julho de 2010

Loneliness

Os olhos semiabertos. Pestanejadas. O sol esgueira-se pela janela. No criado mudo, um copo d´água sobre uma toalha branca engomada de linho. Silêncio. É domingo e todos são cristãos. A casa é apenas para ela. O que fazem as mulheres quando estão sozinhas? Abre a boca. Enconsta a língua, nos seus dentes perfeitos. Boceja... Engole a saliva, com a cabeça inclinada para o lado, a curvatura do pescoço evidencia as veias torneadas e a garganta avantajada. Cochila. Foge do mundo lá fora: buzinas de carros, burburinhos, na esquina, amantes satisfeitos... Mas precisa levantar. Abre os olhos, com dor. Sente-se terrivelmente, fatigada. Bom mesmo seria ser um animal, exemplo: uma gata e sem compromisso, respoderia a seus próprios instintos. Mas era mulher. Não havia escapatória. Os vasos de flores a chamavam para serem regados. O namorado logo mais telefonaria para juntos irem ao parque.... O que fazer quando se está sozinha, dentro de um quarto, ociosa? Desejo de ser seu próprio pensamento, as suas sensações e as suas fantasias. Não ter medo de cair na fantasmagoria da imaginação. Havia o comando de perscrutar o mistério da sua densidade espiritual, de vagar sem rumo até que sua mente inteplanetária encontre a sua autencidade clandestina, que como bebês famintos suplicava por atenção.

Um comentário:

cleberix disse...

adoro quando vejo escrito d'água e não de água.
:)