E ele bebe algo forte,
vejo o seu rosto contorcer
toda vez que dá um trago.
A caneca que segura com as duas mãos
é pouco importante, mas é lúcida da dor
de quem nunca fez questão
de ser como querem que sejamos:
prolixos amantes de olhares neutros.
A caneca está envolta por uma fita vermelha.
O doido de tempos em tempos
fala uma palavra aqui, outra acolá.
Sua roupa está molhada.
De onde estou, não consigo ouvir nitidamente o que fala:
ilusões? o ouro do otário? faça o seu melhor?
E dentro de mim morre uma parte mesquinha e medrosa.
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