sábado, 23 de abril de 2011

ONÇA NEGRA

Incompreendida,
à nada se iguala,
do seu pelo, ardência escura
e imponente armadura,
o silêncio e a solidão
emanam, além pântano.

Vejam, a onça negra
caminha discretamente,
seus olhos, citrinos-topázios,
indicam a vitalidade do seu exílio

(Não há o que temer)

Enérgica, rege os meus passos
essa companheira ancestral,
formando um arquétipo guerreiro
constelado na floresta do meu coração.

Logo pela manhã, ao avistar
o dia rompido pelo machado da aurora,
ela salta do meu peito para beber
no arroio dos seus desejos.

Ninguém vê a acossada criatura,
invisível aos olhos da cobiça,
a rainha dos mistérios
adentra na nossa rotina.

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